Páginas

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Depois da tempestade...

Depois das grandes tempestades em nossas vidas, às vezes, ao invés da bonança esperada, costumamos fechar a alma para balanço. 
E por mais que digamos estar disponíveis ao diálogo, bem no fundo do nosso coração colocamos uma porta. 
E esta porta fica tão trancada, que se nós mesmos não a abrirmos, tornar-se-á quase que intransponível. 
É como se nossa casa tivesse sido saqueada e o medo de que fosse arrombada de novo não nos deixasse viver sossegados. 
Visitantes cadastrados até poderiam chegar ao jardim... mas passar da soleira, quem disse? E ficamos tantas vezes nos perguntando, o porque de ninguém se aproximar muito de nós se pensamos, numa atitude de bloqueio à verdade, que estamos dando espaço para que todos nos visitem. 
Fingimos não enxergar o letreiro de “passagem proibida” ou os cadeados enormes que colocamos nos portões e nos muros que erguemos ao redor de nós, porque é duro admitir que temos medo de mais experiências depois que uma, duas, três ou mil delas não deram certo. 
Mas se só as pessoas sensíveis enxergam esse bloqueio e elas são cada vez em número menor, as não tão persistentes se afastam, com medo de que soltemos os cães bravos em cima delas e as ponhamos para correr! 
Assim acabamos, por comodismo, ficando com as pessoas menos perigosas; com aquelas com quem sabemos que nunca chegaremos a ter envolvimento maior, até porque sua percepção não é tão aguçada para penetrar no nosso interior. 
Ficamos com aquelas com quem temos menos afinidade e pouca cumplicidade, principalmente aquela que vem do fundo da alma... 
Porque não queremos que ninguém invada a fortaleza inexpugnável dos nossos segredos, onde guardamos as mágoas, os ódios não passados a limpo e os amores mal sucedidos. Não queremos saber de quem nos leia pensamentos e não pretendemos nos prender a nada, embora digamos sempre o contrário... 
Embora saibamos que a falta das amarras num porto onde poderemos atracar quando estamos à deriva, pode constituir uma bela teoria de liberdade, mas não nos gratifica, pois o ser humano não nasceu para ficar só. 
Nós, hoje, bem ou mal, podemos escolher nossos amores e amigos. E que possamos escolher os melhores, e não os mais cômodos. 
E que possamos, também, ter alguns inimigos e, entre os nossos conhecidos, pessoas incompatíveis conosco, porque são eles que nos ajudam a superar os nossos limites e nos botam para frente, nem que seja para que lhes mostremos do que e o quanto somos capazes. 
Precisamos ter histórias para contar, sejam elas com finais tristes ou felizes. 
Precisamos passar por experiências que nem sempre são gratificantes pois uma existência passada em brancas nuvens , é uma existência sem frutos. 
Um dia, talvez, venhamos a entender melhor os mistérios da vida e que, para chegarmos a um determinado ponto, muitas vezes teremos que passar por vários obstáculos. 
Talvez entendamos que precisamos nos purificar sofrendo várias provações até conseguir nossos objetivos e receber alguma recompensa. 
Algumas doutrinas religiosas e filosóficas tentam explicar porque algumas pessoas sofrem e outras são poupadas e porque alguns de nós encontram suas metades e outros passem a vida inteira a procurá-las. 
Mas são explicações que talvez nós leigos, não consigamos facilmente entender. 
A única coisa que podemos arriscar, é que nada acontece por acaso... ou será que acontece? Talvez, quando sofremos, estejamos passando por um processo de purificação que nunca será entendido ou aceito por nós enquanto estivermos vivendo a experiência. 
Talvez, quando procuramos alguém ou alguma coisa, estejamos nos informando; talvez quando encontramos tanta gente incompatível conosco é porque, de alguma maneira, somos ou fomos as pessoas determinadas a surgir em suas vidas, seja para suportá-la, ajudá-las ou para que, através delas, aprendamos alguma lição importante: da serenidade à perseverança, da paciência à fé. 
Mas, por mais que apanhemos, que nos escondamos para fugirmos da vida, de nós mesmos, dos machucados e rejeições, tudo passa. O desespero nunca foi solução para nada pois, afinal, não há bem que nunca acabe e nem mal que sempre dure. 
A vida sempre seguirá dando voltas. 
Tomara que saibamos aproveitar as ascensões para levantar quem estiver próximo de nós e as quedas para aprendermos a ser humildes.





Texto originalmente escrito por Tercilia Braiani

sábado, 21 de abril de 2012

Quem diria que viver ia dar nisso?

É tão estranho falar de amor... Como falar de algo que você nem sabe se sentiu um dia?! Fale de algo que você já sentiu. Solidão. Dor. Alegria. Sensações boas ou ruins, e numa noite de sábado, frio, chuva, vem a solidão bagunçar tudo novamente.
A solidão tem sido uma excelente amiga. Às vezes ela é boazinha, outras vezes é bem cruel. Mas em todos os momentos, ela deixa a certeza de ter passado por todos os obstáculos de cabeça erguida.Estou naqueles momentos silenciosos em que pouca coisa parece fazer sentido!
É impressionante como um simples papel faz tanta diferença em nossas vidas. Porque somos manipulados pela sociedade? Ela nos impõe que temos que andar corretamente, seguindo as leis e regras de cada segmento. Eu não quero ser corrompida. Eu não quero me falem o que eu devo ou não fazer... Mas como manda quem pode e obedece quem tem juízo. Tudo bem que eu nem tenho tanto juízo assim, mas vamos que vamos. 
Eu sei que sou estranha. Eu tenho vergonha até por MSN, eu tenho ciúme até de foto. Eu choro ouvindo música e grito quando me assusto. Eu sou escandalosa, porém tímida, isso depende se estou perto dos meus amigos ou não. Aliás, quando estou com meus amigos eu perco a vergonha na cara e só faço palhaçada. Sim, eu sou estranha, mas pelo menos procuro ser feliz. Pois é... Não tenho um All Star e minhas unhas imperfeitas quebram sem parar. Minha risada é alta, minha voz é estranha e eu faço caretas involuntariamente. Como pipoca, brigadeiro e sorvete sem culpa. Converso sozinha, canto errado, danço como uma louca em casa, dou risada dos meus tombos, faço palhaçadas, converso com os animais, brigo com objetos quando esbarro neles. Sim, eu sou louca, mas quem não é? 
E sabe uma coisa? Dane-se a sociedade. 
Pessoas perfeitas são um saco.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Olhares Oblíquos...

Sem definições. Sem apresentações.
Uma mulher normal. Ou não? Demorei muito tempo para aprender a lidar com meus sentimentos e com os acontecimentos emocionalmente afetivos e não vou deixar qualquer TPMzinha me atrapalhar.
Os dias são inconstantes e vulneráveis. Tudo bem, alguns dias são normais e esses dias não têm sido muito diferentes dos outros. Mas “nestes dias” é tudo muito mais intenso, muito mais difícil, muito mais sensível, muito mais chato!
Hoje eu acordei com um humor horroroso e quando cheguei ao trabalho quis chorar. Mas tudo bem, o jeito foi sair da minha zona de conforto, tomar um café e o sol voltou a brilhar. Até o telefone tocar e chover em todos os meus eternos 2 minutos de ligação. Uma hora parece uma semana e todos os olhares oblíquos me julgam. Não quero mais ser isso. Ou aquilo. Porque temos que ser fortes?
“Direitos Iguais” não significa perda de romantismo ou ausência de gentilezas. Hoje estou sensível, amanhã estarei grosseira. Hoje eu quero preto, amanhã eu quero umas bolinhas cor-de-rosa. Hoje eu sinto frio, amanhã também. Porque a felicidade está nas coisas simples.
Você pergunta – tudo bem? E ouve a resposta – Tudo sim. E lá vem o silêncio. Porque ficar esperando o E VOCÊ? É muito ruim. E cruel. E engraçado. Você faz castelos sobre o que responder… Mas você vai responder pra quem? Ninguém perguntou como foi o SEU dia!
Mas também se perguntassem eu diria: Senta aqui colega que eu vou te contar uma história e …  Acho que ninguém iria querer ouvir. Nem eu. Hoje eu estou com raiva até de mim.
Estou com raiva porque estou dirigindo e quando olho no retrovisor do carro, vejo o sol se pondo… Que vista linda! Então me vem à cabeça que estou seguindo na direção errada, já que o sol está lá atrás. Mas não estou. Tenho que aceitar isso. Todos os dias o sol vai nascer e se pôr. Preciso me acostumar! Mas não quero!
Hoje eu não quero nada. Hoje eu quero tudo!
Pois é! Eu sei que é muito difícil de entender. Nem eu entendo. Mas que é chato ser mulher, ah isso é!